FILOSOFIA ANTIGA

FILOSOFIA ANTIGA

terça-feira, 22 de março de 2011

TEXTO DE ARISTÓTELES - 2A, 2B, 2C, 2D, 2E, 2F, 2G, 2H, 3A, 3B, 3C, 3D, 3E

2.2. SUBSTÂNCIA E ACIDENTES

 

Substância e Acidentes são modos fundamentais de ser (predicamentos ou categorias) ao que pode reduzir-se toda a realidade criada.

 

1. Substância ou essência.

 

- ser em si

- sujeito ou substrato: o que está por debaixo de

- subsistente: que não é outra coisa senão em si mesma

- definição: substância é aquela realidade a cuja essência ou natureza lhe compete ser em si, não em outro.

 

2. Acidentes

 

- ser em outro (na substância)

- perfeições múltiplas que inerem(penetram) em um sujeito permanente (substância)

- determinações derivadas e secundárias do núcleo central de uma coisa.

- depende da substância

- definição: acidentes são realidades a cuja essência ou natureza convêm ser em outro em seu sujeito.

 

Substância                                        Acidentes

 

- ser como algo próprio                    - não subsistem

- existe separada                               - existe na substância

- independente                                   - dependente

- subsiste                                             - não tem o ser

- perfeição                                           - imperfeição

- ser em si                                            - ser em outro (S)

- ato de ser próprio                            - apóiam-se na substância

- ente                                                    - algo do ente

- análogo principal                            - análogo secundário

 

2.3. AS CATEGORIAS OU PREDICAMENTOS

 

2.3.1. Noção de Predicamento

 

Substância + Acidentes = Predicamentos

                                               Modos fundamentais de ser

                                               Dez gêneros supremos do ente     

                                               Categorias

 

2.3.2. Os nove gêneros acidentais

 

a) Acidentes Intrínsecos: dentro da substância

 

1) Quantidade: extensão, magnitude, volume, peso. Acidente comum a todo o ente corpóreo e se deriva da MATÉRIA.

 

2) Qualidade: acidentes que fazem ser à substância de tal ou qual modo e que surgem de sua essência (forma substância). Modificando intrinsecamente a substância em si mesma.

 

a) qualidades corpóreas: temperatura, cor, odor

b) forma e figura:

- figura: contornos naturais das substâncias corpóreas

- forma: proporção das partes da figura

c) potências operativas: capacidade de agir

- inteligência: entende

- vontade: quer

- memória: lembra, recorda

d) hábitos: qualidades estáveis que dizem respeito ao bem e ao mal.

- hábitos entitativos: capacitam ou descapacitam os entes a serem de acordo ou contra a natureza

- hábitos operativos: capacitam ou descapacitam os entes a agirem de acordo ou contra a natureza.

e) disposições: qualidades instáveis que dizem respeito ao bem e ao mal.

 

3) Relação: é o acidente cuja natureza consiste na referência ou ordenação de uma substância à outra.

 

 

Elementos da relação real:

 

a) Sujeito ou Ponto de Partida: pessoa que se relaciona

b) Término ou Ponto de Chegada: com quem o sujeito se relaciona

c) Fundamento da relação: ordenação entre ambas as substância

d) Relação: o vínculo que liga uma coisa com a outra

 

b) Acidentes Extrínsecos: fora da substância

- são determinações reais da substância, mas que não afetam a esta em e por si mesma, senão, só de modo externo e por sua relação com outros objetos.

 

4) UBI (lugar): é a localização da substância, não implicando uma modificação interior da substância.

 

5) SITUS (posição): é o modo de estar em um lugar. Se distingue do UBI porque faz refência à disposição interna das partes do corpo localização; pode-se estar num mesmo lugar em posições disitintas.

 

6) HABITUS (posse): é o acidente que resulta na substância por ter ou possuir algo contíguo ou imediato. Só o homem é capaz de possuir, é um acidente propriamente humano.

 

7) TEMPO (quando): constitui a situação temporal da substância corpórea, afetando os entes materiais enquanto mudam de modo progressivo.

c) Acidentes em parte intrínsecos e em parte extrínsecos

 

8) AÇÃO: é o acidente que nasce na substância enquanto é o p´rincípio agente de um movimento em outro sujeito. Começa intrínseca e termina extrínseca.

 

9) PAIXÃO: surge nos corpos enquanto são sujeitos passivos da atividade dos outros, o sujeito é paciente pois recebe a ação de outros. Começa extrínseco e termina intrínseco.

 

 

2.4. ATO e POTÊNCIA


1) ATO: qualquer perfeição de um sujeito. Trata-se de uma primeira noção e evidente, que portanto não se pode definir, senão só mostrar com exemplos e por contraposição à potência.

2) POTÊNCIA: é o que pode receber um ato. É uma noção diretamente conhecida na experi~encia, como o correlativo do ato.

Características da Potência

a) a potência é distinta do ato: a potência é a capacidade de ter um ato, ser sujeito receptivo.

b) o ato e a potência não são realidade completas, senão aspectos ou princípios que se encontram nas coisas: ato e potência são realidades distintas, mas não podemos representá-las com a imaginação, que tende a conceber a potência como uma realidade constituída mas vazia, na espera de receber um ato.

c) a potência se contrapõe ao ato como o imperfeito ao perfeito: em sentido estrito, o ato é perfeição, acabamento, algo determinado; a potência é imperfeição, inacabada, capacidade determinável.

d) a potência não se reduz a uma simples privação de ato, mas é uma capacidade real de perfeição.

2.5. ETIOLOGIA: ciência das causas


- Para Aristóteles, existem quatro causas implicadas na existência de algo:

1) A causa material (aquilo do qual é feita alguma coisa, a argila, por exemplo);
2) A causa formal (a coisa em si, como um vaso de argila);
3) A causa eficiente (aquilo que dá origem ao processo em que a coisa surge, como as mãos de quem trabalha a argila);
4) A causa final (aquilo para o qual a coisa é feita, cite-se portar arranjos para enfeitar um ambiente).

- A teoria aristotélica sobre as causas estende-se sobre toda a Natureza, que é como um artista que age no interior das coisas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário