2.2. SUBSTÂNCIA E ACIDENTES
Substância e Acidentes são modos fundamentais de ser (predicamentos ou categorias) ao que pode reduzir-se toda a realidade criada.
1. Substância ou essência.
- ser em si
- sujeito ou substrato: o que está por debaixo de
- subsistente: que não é outra coisa senão em si mesma
- definição: substância é aquela realidade a cuja essência ou natureza lhe compete ser em si, não em outro.
2. Acidentes
- ser em outro (na substância)
- perfeições múltiplas que inerem(penetram) em um sujeito permanente (substância)
- determinações derivadas e secundárias do núcleo central de uma coisa.
- depende da substância
- definição: acidentes são realidades a cuja essência ou natureza convêm ser em outro em seu sujeito.
Substância Acidentes
- ser como algo próprio - não subsistem
- existe separada - existe na substância
- independente - dependente
- subsiste - não tem o ser
- perfeição - imperfeição
- ser em si - ser em outro (S)
- ato de ser próprio - apóiam-se na substância
- ente - algo do ente
- análogo principal - análogo secundário
2.3. AS CATEGORIAS OU PREDICAMENTOS
2.3.1. Noção de Predicamento
Substância + Acidentes = Predicamentos
Modos fundamentais de ser
Dez gêneros supremos do ente
Categorias
2.3.2. Os nove gêneros acidentais
a) Acidentes Intrínsecos: dentro da substância
1) Quantidade: extensão, magnitude, volume, peso. Acidente comum a todo o ente corpóreo e se deriva da MATÉRIA.
2) Qualidade: acidentes que fazem ser à substância de tal ou qual modo e que surgem de sua essência (forma substância). Modificando intrinsecamente a substância em si mesma.
a) qualidades corpóreas: temperatura, cor, odor
b) forma e figura:
- figura: contornos naturais das substâncias corpóreas
- forma: proporção das partes da figura
c) potências operativas: capacidade de agir
- inteligência: entende
- vontade: quer
- memória: lembra, recorda
d) hábitos: qualidades estáveis que dizem respeito ao bem e ao mal.
- hábitos entitativos: capacitam ou descapacitam os entes a serem de acordo ou contra a natureza
- hábitos operativos: capacitam ou descapacitam os entes a agirem de acordo ou contra a natureza.
e) disposições: qualidades instáveis que dizem respeito ao bem e ao mal.
3) Relação: é o acidente cuja natureza consiste na referência ou ordenação de uma substância à outra.
Elementos da relação real:
a) Sujeito ou Ponto de Partida: pessoa que se relaciona
b) Término ou Ponto de Chegada: com quem o sujeito se relaciona
c) Fundamento da relação: ordenação entre ambas as substância
d) Relação: o vínculo que liga uma coisa com a outra
b) Acidentes Extrínsecos: fora da substância
- são determinações reais da substância, mas que não afetam a esta em e por si mesma, senão, só de modo externo e por sua relação com outros objetos.
4) UBI (lugar): é a localização da substância, não implicando uma modificação interior da substância.
5) SITUS (posição): é o modo de estar em um lugar. Se distingue do UBI porque faz refência à disposição interna das partes do corpo localização; pode-se estar num mesmo lugar em posições disitintas.
6) HABITUS (posse): é o acidente que resulta na substância por ter ou possuir algo contíguo ou imediato. Só o homem é capaz de possuir, é um acidente propriamente humano.
7) TEMPO (quando): constitui a situação temporal da substância corpórea, afetando os entes materiais enquanto mudam de modo progressivo.
c) Acidentes em parte intrínsecos e em parte extrínsecos
8) AÇÃO: é o acidente que nasce na substância enquanto é o p´rincípio agente de um movimento em outro sujeito. Começa intrínseca e termina extrínseca.
9) PAIXÃO: surge nos corpos enquanto são sujeitos passivos da atividade dos outros, o sujeito é paciente pois recebe a ação de outros. Começa extrínseco e termina intrínseco.
2.4. ATO e POTÊNCIA
1) ATO: qualquer perfeição de um sujeito. Trata-se de uma primeira noção e evidente, que portanto não se pode definir, senão só mostrar com exemplos e por contraposição à potência.
2) POTÊNCIA: é o que pode receber um ato. É uma noção diretamente conhecida na experi~encia, como o correlativo do ato.
Características da Potência
a) a potência é distinta do ato: a potência é a capacidade de ter um ato, ser sujeito receptivo.
b) o ato e a potência não são realidade completas, senão aspectos ou princípios que se encontram nas coisas: ato e potência são realidades distintas, mas não podemos representá-las com a imaginação, que tende a conceber a potência como uma realidade constituída mas vazia, na espera de receber um ato.
c) a potência se contrapõe ao ato como o imperfeito ao perfeito: em sentido estrito, o ato é perfeição, acabamento, algo determinado; a potência é imperfeição, inacabada, capacidade determinável.
d) a potência não se reduz a uma simples privação de ato, mas é uma capacidade real de perfeição.
2.5. ETIOLOGIA: ciência das causas
- Para Aristóteles, existem quatro causas implicadas na existência de algo:
1) A causa material (aquilo do qual é feita alguma coisa, a argila, por exemplo);
2) A causa formal (a coisa em si, como um vaso de argila);
3) A causa eficiente (aquilo que dá origem ao processo em que a coisa surge, como as mãos de quem trabalha a argila);
4) A causa final (aquilo para o qual a coisa é feita, cite-se portar arranjos para enfeitar um ambiente).
- A teoria aristotélica sobre as causas estende-se sobre toda a Natureza, que é como um artista que age no interior das coisas.
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