FILOSOFIA ANTIGA

FILOSOFIA ANTIGA

segunda-feira, 2 de maio de 2011

ARISTÓTELES - 2A, 2B, 2C, 2D, 2E, 2F, 2G, 2H, 3A, 3B, 3C, 3D, 3E.

3. A PSICOLOGIA

- a psicologia em Aristóteles é considerada parte integrante da física, que estuda os seres físicos enquanto animados. E os seres animados são tais por causa de um principio de vida, ou seja, de uma alma.
- Alma:  é a forma substancial, a enteléquia (isto é, o ato, a perfeição) de um corpo. Mas, os seres vivos não tem todos as mesmas funções, e, portanto, terão princípios vitais (ou seja, almas) diferentes, conforme funções específicas que lhes são próprias:

3.1. A alma e suas atividades:

- os vegetais, que podem apenas reproduzir-se e crescer, terão alma adequada a estas faculdades, ou seja, alma vegetativa.
- os animais, que tem também percepção do mundo e capacidade de movimento, serão igualmente dotados de alma sensitiva.
- os homens que tem também a faculdade de raciocinar serão providos, além de alma vegetativa e de alma sensitiva, igualmente de alma racional.

3.2. Funções da alma

a)  Alma Vegetativa: é o principio mais elementar de vida, ou seja, o princípio que governa e regula as atividades biológicas (principio da nutrição) e preside à reprodução.

b) Alma Sensitiva: função capital é a sensação, assimilar as formas sensíveis.

- Sensação: é em potência aquilo que o sensível já é em ato. Da sensação derivam a fantasia, que é produção de imagens, a memória, que é a sua conservação, e, por fim, a experiência, que nasce da acumulação de fatos mnemônicos. Da sensação deviram o apetite e o movimento.
- Apetite: nasce da conseqüência da sensação que é de prazer ou dor.
- Movimento: quando o desejo é posto em movimento pelo objeto desejado.

c) Alma Racional ou Intelectiva: é receber ou assimilar as formas inteligíveis.
- a inteligência é capacidade e potência de conhecer as formas puras; por seu turno, as formas estão contidas em potência nas sensações e nas imagens da fantasia; é necessário, portanto, algo que traduza em ato essa dupla potencialidade, de modo que o pensamento se concretize captando a forma em ato, e a forma contida na imagem torne-se conceito captado e possuído em ato.
- intelecto passivo: é o intelecto do homem que tem capacidade e potência de conhecer as formas inteligíveis que estão em potência nas coisas.
- intelecto ativo: põe em ato as formas inteligíveis que estão em potência nas coisas e as torna compreensíveis. É semelhante à luz que ativa a vista e reaviva as cores. É imortal.

4. AS CIÊNCIAS PRÁTICAS

4.1. ÉTICA

- Todas as ações humanas tendem a um fim, isto é, à realização de um bem específico; mas cada fim particular e cada bem específico estão em relação com um fim último e com um bem supremo, que é a felicidade.

a) Felicidade

- para a maior parte dos homens é o prazer ou a riqueza;
- para alguns é a honra e o sucesso;
- Mas estes presumidos “bens” tem todos um defeito, isto é, põem o homem em dependência daquilo de que dependem (os bens materiais, o público, etc.),e, portanto, a felicidade ligada a tais coisas é totalmente precária e aleatória.
- o homem, enquanto ser racional, tem como fim a realização desta sua natureza específica, e exatamente na realização desta natureza de ser racional consiste sua felicidade.

b) As virtudes éticas: ligadas à vida prática

- no homem tem notável importância, além da razão, os apetites e os instintos ligados à alma sensitiva.
- tais apetites e instintos se opõem em si à razão, mas podem ser regulados e dominados pela própria razão.
- a submissão da alma sensitiva à razão ocorre por meio das virtudes éticas, as quais não são mais que os modos pelos quais a razão instaura sua soberania sobre os instintos.
- as virtudes éticas se traduzem em busca da justa medida entre o excesso e a carência nos impulsos e nas paixões.
- esta busca e aquisição da justa medida por meio da repetição se traduz em um hábito, modo de ser, estado e, portanto, constitui a personalidade moral do indivíduo.
- Aristóteles teoriza deste modo a máxima dos gregos: “nada em demasia”.
Conclusão: permitem a vitória da razão sobre os impulso, buscando a justa medida entre dois excessos, manifestando-se como hábitos e fixam o fim do ato moral.

c) Virtudes dianéticas: ligadas à verdades imutáveis e para o Sumo Bem

- Phrónesis (Sabedoria) = consiste em dirigir bem a vida do homem, ou seja, em deliberar de modo correto acerta daquilo que é bem ou mal para o homem. Aplicação na vida concreta.

- Sophia (Sapiência) = é o conhecimento daquelas realidades que estão acima do homem, ou seja, é a ciência teorética, e, de modo especial, a metafísica. Constitui a perfeição da atividade contemplativa, o homem alcança felicidade máxima, quase uma tangência com o divino. Somente o homem pode ser feliz porque ele é o único que pode contemplar, a Deus que é Mente suprema, Pensamento de pensamento.

d) Psicologia do ato moral

- deliberação: é o encontro dos meios que tornam possível a atuação de determinados fins. Desejo de alcançar determinados fins.
- escolha: é a decisão a tomar sobre os meios, ou seja, sobre quais meios se devem usar e sobre a sua colocação em ato. Diz respeito aos meios para se alcançar um bem.
- volição: é a escolha dos próprios fins, da qual depende propriamente a bondade ou a maldade do homem, conforme ele escolha os verdadeiros bens ou os bens aparentes e falazes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário