OS PRÉ-SOCRÁTICOS
Os pré-socráticos ou filósofos da natureza, estão na primeira fase do pensamento grego, é chamada de Naturalista ou Cosmológica.
Phýsis = natureza, onde se acreditava ser possível encontrar o princípio de todas as coisas, isto é, aquilo que está em todos os seres existentes, que é comum a tudo.
Arché = princípio constitutivo da natureza, que é a chave para conhecer e explicar tudo o que existe no universo.
Tipos de Arché
QUANTIDADE | QUALIDADE |
água | úmida |
ar | frio |
fogo | quente |
terra | seco |
Os pré-socráticos deram o passo inicial na tentativa de uma forma mais ordenada, mais lógica de pensar, que posteriormente daria origem às ciências naturais: física, biologia, astronomia, química, matemática.
Os escritos desses primeiros filósofos se perderam quase totalmente. Sobraram apenas alguns fragmentos – trechos, pedaços de frases – que chegaram até nós por filósofos posteriores, como Aristóteles, que comentaram o pensamento pré-socrático.
A) ESCOLA JÔNICA
- filósofos que eram da cidade de Mileto, na Jônia.
1) TALES DE MILETO
Vida: 623 – 546 a .C.
Filosofia: “tudo é água!”
Phýsis: Água ou Úmido
- água era como uma divindade, como se fosse a própria vida.
- a água cria: o céu (água gasosa), a terra (água sólida), o mar (água líquida) e todas as coisas (tudo é formado por água).
Personalidade: fundador da filosofia cosmológica. Por ter sido o primeiro pensador a procurar responder filosoficamente como o mundo surgiu e o que explica sua existência.
2) ANAXIMANDRO DE MILETO
Vida: 610 – 547 a .C.
Filosofia: “nem água, nem algum dos elementos, mas uma substância diferente, ilimitada, e dela nascem os céus e os mundos neles contidos”
Phýsis: Ápeiron (o ilimitado, infinito)
- áperion seria a massa geradora dos seres, contendo em si todas as qualidades contrárias (frio x quente, úmido x seco).
Como dele derivam as coisas: por separação dos contrários por uma espécie de injustiça.
3) ANAXÍMENES DE MILETO
Vida: 588-524 a .C.
Filosofia: “e assim como nossa alma, que é ar, nos mantém unidos, da mesma maneira o vento envolve todo o mundo.”
Phýsis: Ar ou Pneuma
- o ar é invisível, imponderável, determinado, quase inobservável, observável: o ar é a própria vida, a força vital, a divindade que “anima” o mundo, aquilo que dá testemunho à respiração.
Como dele derivam as coisas: por condensação resfria-se e torna água e, depois, terra; e rarefação (distender) dilatando-se, esquenta e torná-se fogo.
PROCESSO | QUANTIDADE DE AR | MOVIMENTO | GERA |
RAREFAÇÃO | MUITO AR | DILATAÇÃO | VIDA |
CONDENSAÇÃO | POUCO AR | CONTRAÇÃO | MORTE |
B) ESCOLA MOBILISTA
- escola filosófica: mobilista (movimento) na Jônia
1) HERÁCLITO DE ÉFESO
Vida: 540 – 480 a .C.
Filosofia: “Tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo. O ser não é mais que o vir-a-ser.” E “não podemos entrar duas vezes no mesmo rio, pois suas águas se renovam a cada instante. Não tocamos duas vezes o mesmo ser, pois este modifica continuamente sua condição”.
Phýsis: Fogo ou Pýr símbolo do Devir (vir-a-ser).
- devir (movimento): para ele, a vida era um fluxo constante, impulsionado pela luta de forças contrárias: ordem/desordem, bem/mal, belo/feio, justo/injusto, quente/frio, alegria/tristeza.
- exalações de fogo:
* fogo ardente (claro): sol, luz, calor, vida, saúde, beleza, conhecimento.
* fogo apagado (escuro): noite, treva, frio, morte, doença, feiúra, ignorância.
- a luta (guerra) é a mãe, rainha e principio de todas as coisas. É pela luta das forças opostas que o mundo se modifica
Como dele derivam as coisas: por oposição nos particulares segundo harmonia no todo.
C) ESCOLA PITAGÓRICA
1) PITÁGORAS DE SAMOS
Vida: 570 – 490 a .C.
Filosofia: “Todas as coisas são números”
Phýsis: Números ou Arithmós
- representam a ordem e a harmonia
- a essência dos seres teria uma estrutura matemática da qual derivariam problemas como: finito e infinito, par e ímpar, unidade e multiplicidade, reta e curva, círculo e quadrado”.
- se tudo é número, tudo é “ordem” e o universo inteiro aparece como um kósmos (ordem) que deriva dos números.
Números perfeitos: ímpares que são masculinos e representados pelo quadrado, pois não deixam um campo vazio para a flecha que passa pelo meio e encontra limite.
3 5 7 9
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Números imperfeitos: pares que são femininos e representados pelo retângulo, pois deixam um campo vazio para a flecha que passa pelo meio e não encontra um limite, o que mostra seu defeito (ilimitado).
2 4 6 8
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O “um” dos pitagóricos não é par nem ímpar: é um PARÍMPAR, pois dele procedem todos os números, tanto os pares quanto os impares.
O zero, era desconhecido para os Pitagóricos.
O número perfeito foi identificado com o dez, que visualmente era representado por um triângulo perfeito, formado pelos primeiros quatro números e tendo o numero quatro em cada lado (TETRAKTYS)
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Como dele derivam as coisas: segundo relações harmônico-matemáticas no todo e nas partes.
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