FILOSOFIA ANTIGA

FILOSOFIA ANTIGA

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

MATÉRIA 3º BIMESTRE - 2A,B,C,D,E,F,G,H e 3A,B,C,D,E.


MATÉRIA PARA 2ª,B,C,D,E,F,G,H E 3ª A,B,C,D,E.

3.ESTOICISMO

Zenão, nascido em Cítio, na ilha de Chipre por volta de 333 a.C. É o fundador da mais famosa escola da época helenística no fim do século IV a.C. em Atenas. Conhecida como Estoá ou “Jardim”, por ocupar um pórtico pois, Zenão não era cidadão ateniense e não podia portanto, ter propriedades em atenas. Seus seguidores foram chamados de “os da Estoá”, “os do Pórtico” ou de “Estóicos”.

Conhecia os antigos físicos e absorveu conceitos de Heráclito. Para Zenão a filosofia era a “arte de viver”, como em Epicuro. Fundamentava-se num universal materialismo e dispensava qualquer transcendência. Mas embora compartilhasse alguns conceitos com Epicuro, não aceitava algumas soluções epicúreias. Tornando-se um ferrenho opositor dos dogmas da escola. Não aceitava por exemplo, a redução do mundo material, incluindo nele o homem, a um modelo acásico de concentração de matéria, nem a idéia da redução do bem ao prazer. Foi, juntamente com sua escola, quem derrubou muitas teses epicuristas. Apesar das diferenças, as duas escolas se moviam no mesmo plano de negação da transcendência e não em planos filosóficos diferentes. Admitia a discussaõ crítica dos dogmas dos fundadores e isso promoveu considerável evolução nas escola; ao contrário do ocorrido na escola epicuréia.

São identificados três períodos na história da Estoá:

1.“Antiga Estoá” - fins do século IV a todo o século III a.C. No qual a filosofia da escola foi desenvolvida e sistematizada pela tríade: Zenão, Cleanto de Assos e Crísipo de Solis, o qual, fixou a doutrina deste primeiro estágio da escola.

2.“Média Estoá” - Desenvolve-se entre o século II e I a.C. E se caracteriza por infiltração eclética na doutrina.

3.“Nova Estoá” - conhecida também por Estoá romana, já na era cristã, na qual a doutrina faz-se essencialmente meditação moral com tons religiosos, acompanhando o espírito dos novos tempos.

A ética do estoicismo

A mais significativa produção filosófica dos estóicos está no campo da ética. Por mais de quinhentos anos o mundo soube ouvir a mensagem eficaz do estoicismo. Para a escola, como para o epicurismo, a felicidade está em viver segundo os princípios da natureza. A observação dos seres vivos nos mostra que todos tendem a auto-conservação; evitando o que é contrário à sua sobrevivência e assimilando o favorável à sua conservação. Ação inconsciente nos vegetais e plantas, impulsivo e instintivo nos animais, e consciente no homem, no qual interfere a racionalidade. Desse princípio, deve ser deduzida a ética. O viver uma vida ética para o homem é um viver conciliado com a natureza, a qual porta o logos divino, imanente à toda matéria. Portanto o viver humano é um viver conciliado com a razão plena.

Posto que toda vida persegue o melhor para si mesma, considerando sua auto-conservação,e isto é originalmente primário no ser vivo, “bem é aquilo que conserva e incrementa nosso ser e,ao contrário, “mal”aquilo que o danifica e o diminui”. Como o homem se diferencia dos outros animais por manifestar-se nele o logos, há nele duas conservações a serem realizadas: uma promove e incrementa a vida animal e outra conserva e promove a vida racional. Para o homem só a virtude é o bem moral por que incrementa o logos e o mal aquilo que lhe causa danos. As coisas relativas ao corpo são consideradas indiferentes.

O Homem é impulsionado pela natureza a conservar o próprio ser e amar a si mesmo. Este impulso é direcionando para além de si mesmo e atinge sua família e a sociedade toda. A natureza impulsiona o indivíduo a se relacionar e ser útil aos outros. Saindo de sua exclusiva interioridade na lei epicuréia o homem no estoicismo encontra a comunidade e nela, a possibilidade de realização da vida ética e a felicidade.

Colocaram, os estóicos, com base nos conceitos de phýsis e logos (natureza e razão) em crise os antigos mitos da nobreza de sangue e da superioridade da raça, e a instituição da escravidão. Os novos conceitos de liberdade e escravidão ligam-se à sabedoria e a ignorância. Livre é o sábio, e escravo o tolo. 

Cuidando de viver uma vida na retidão ética, o sábio evitará toda paixão. A felicidade é apatia e impassibilidade. A apatia é extrema nos estóicos e piedade,compaixão e misericórdia são coisas a evitar pois, são paixões. O estóico não tem diante da vida uma posição propriamente entusiasta como os epicuristas.

4. CETICISMO ou PIRRONISMO


Na investigação sobre as condições de validade do nosso conhecimento um grupo de filósofos merece destaque: os céticos. O termo cético vem da palavra grega skepsis, que significa "exame". Atualmente, dizemos que uma pessoa cética é alguém que não acredita em nada, mas não é bem assim. Um filósofo cético é aquele que coloca suas crenças e as dos outros sob exame, a fim de verificar se elas são realmente dignas de crédito ou não. 

Pirro de Elis (360-275 a.C.) é considerado o fundador do ceticismo. Segundo ele, não podemos ter posições definitivas sobre determinado assunto, pois mesmo pessoas muito sábias podem ter posições absolutamente opostas sobre um mesmo tema e ótimos argumentos para fundamentar suas posições. Nesse caso, Pirro nos aconselha a suspensão do juízo e a mantermos nossa mente tranqüila (ataraxia). Ao invés de enfrentarmos o desgaste de acalorados debates que não produzirão certeza alguma, devemos manter silêncio (apraxia) e preservar uma atitude de suspeita diante de qualquer tipo de dogmatismo. 

Depois de Pirro, muitos outros filósofos tornaram o ceticismo uma das mais importantes correntes filosóficas até os dias de hoje. Atualmente, alguns céticos defendem o probabilismo ou falibilismo, ou seja, na impossibilidade de encontrarmos verdades absolutas, seja pelas limitações de nossos sentidos e intelecto, seja pela complexidade da realidade, devemos tratar nossas crenças sempre como provisórias, como quem anda em gelo fino.
Desse modo, um cético nunca seria pego de surpresa se algo que todos acreditavam ser verdade se revelasse falso no futuro. Por outro lado, reconhecer que as verdades são provisórias não significa uma completa inação. Sabemos que os remédios são falhos, mas são a única coisa que temos para combater as doenças.

Despertar do sono dogmático

Conta a lenda que Pirro morreu enquanto dava aula de olhos vendados. Um aluno o teria alertado quanto ao precipício à sua frente. Cético, Pirro desconfiou do aluno e caiu. Essa lenda, obviamente, pretende mostrar os perigos de se duvidar de tudo. Mas será que um cético autêntico não duvidaria também de suas próprias dúvidas?

Odiado por alguns, o cético é como a abelha que aferroa o boi do conhecimento, retirando-o da mesmice das ideias prontas e acabadas, nos provocando, por meio da dúvida, a investigar a fundo os pressupostos de nossas crenças; ou, como diria Kant, o cético é aquele que nos desperta do nosso sono dogmático para lembrar-nos que pensar não é um fim, mas uma atividade.

Um comentário:

  1. OI Professor adorei seu blog!!!
    Ele é bom por que o conteudo é só imprimir e o senhor explica na aula.... Porque ninguem merece... vc passa muita lição... mais mesmo assim vc sabe kii adoro suas aulas...beijos

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